Mais uma Maria que se
foi
Mas não era a Maria
louca , nem rica
Não era Maria
Madalena
Era Maria Mariquita.
Maria do batuque e
capoeira
Dos animais e das
crianças
Dos doces de leite e
boa maneira
Das lambidas e das
lambanças.
Do Carnaval na
Espanha
Das sacolas
dobradinhas
De quem perde e de
quem ganha
Cães, gatos e
galinhas.
Dos causos e histórias
No tempo da meninada
Das linhas, panos e
costuras
- Faca na mão
direita! Ensinava.
Da cabeça firme
Do corpo falho
Do espírito livre
E da história do
alho.
Mas há uma pergunta
que me inquieta:
Quantos setes de
setembro são precisos
Para criar uma
Mariquita?
Quanto tempo mexendo
o taxo?
Assistindo à Copa
Dando comida aos
gatos?
Se pensar bem, essa idéia
não será esquisita.
É mais que justo o
sete de setembro
Também ser dia de
Mariquita.
E nesta tarde, mais
uma estrela
Juntou-se ao anil da
bandeira
E de lá, na cadeira
que balança
Deu um nó em sua andança
De mãe, tia e guerreira
De Dona Mariquita, a
brasileira.
R.I.P