Escrevo porque morro
Pereço, findo
E por eus percorro.
No traço do estilete
Cada signo em meu
peito
Escorre o sangue da
gilete
E na agonia poética
Da sinfonia de cordas
quebradas
Da melancolia
fonética
O poeta se mutila
Em pedaços semânticos
Perde-se, exila
O cheiro do tempo
Guardado na gaveta
Perdido como
documento
Dos tantos que sou
E do pouco que eu
Já se acabou
Na busca incessante
Do si nesse roteiro
Só acho personagens na estante
Dos livros em que
vivo
Morrendo por ser
O mero atrativo.
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