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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dose de Etileno


                                         " Amadurecer, morrer; é quase a mesma palavra."
 
                                                                                    Victor Hugo


Estranho pensar na brevidade da vida
Tempo perdido, ganhado, vivido.
Entremeio a estrada, múltiplas pegadas
De bons, de maus, de tudo.

Sonho vivido, pesadelo sonhado.
Cada um trás em si seus pecados
Bom ou mal é questão de opinião
Cada um trás em si uma imensidão.

Meias palavras, meias de crochê
Arrasto o peso do nome que ouso ter
Metamorfose? Saí da manhã e estou a entardecer
Neurose? Essas minhas rugas só eu posso ver.

Coito afoito
Arrebataram meu ser
Agora na lápide, repousa com as flores
Minhas meias de crochê.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Surreal-mente

Cai gota a gota
Essa chuva imaginária
Minha flor desbota
O sol é a luminária.

Saio com minha capa
Com luvas e galocha
Mas como um repugnante tapa
A realidade de mim debocha.

Será que não veem a nuvem negra
Que paira sobre minha cabeça
E em densas gotas desintegra
Fazendo com que meu dia anoiteça?

Ou fruto da minha mente
Essa chuva que cai transparente
Lavando meu interior consciente.
Caia chuva! Eternamente.